De acordo com um levantamento feito pelo G1, dentro do Monitor da Violência, atualmente apenas um quinto dos presos trabalha no Brasil. Dados como este mostram que a realidade carcerária necessita de uma mudança urgente.
A Ceasa-DF ajuda a realizar uma dessas mudanças, pois mantém contrato com a Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso – FUNAP e possui em seu quadro funcional alguns reeducando da Fundação. Esse contrato existe há quase oito anos e a parceria é bem sucedida, já passaram pela empresa quase 200 pessoas do regime semi aberto.
A ressocialização do preso através do trabalho é a forma mais eficaz de evitar que ele repita os mesmos erros. A ideia de inserir aqueles que estão no sistema carcerário no mercado de trabalho é muito importante, tanto para dar as oportunidades que muitas vezes essas pessoas não tiveram, como também para destruir preconceitos enraizados na sociedade sobre esse grupo social.
A ideia de prisão não deve ser pensada como uma punição degradante, mas sim como uma maneira de isolar o indivíduo da sociedade por tempo definido a fim de que ele repense os erros cometidos e, com orientações do Estado, possa voltar à sociedade; ou seja, a principal função do sistema penitenciário é a garantia do indivíduo de voltar a sociedade de maneira digna e com a consciência de seus erros e mudanças necessárias.
Atualmente 27 reeducandos trabalham na Ceasa-DF e todos se mostram muito contentes, além de estarem em um processo de mudança contínuo. Temos como exemplo, Cláudio, que trabalha na Ceasa-DF a quase quatro anos na área de serviços gerais, agora possui o seu próprio negócio, um food truck de lanches e acarajé. Cláudio nos contou que a Ceasa-DF foi muito importante, auxiliando nas boas mudanças que aconteceram em sua vida. Ele já realizou diversos cursos possibilitados devido ao seu trabalho na Ceasa-DF, entre eles aquele que hoje está em seus sonhos e planos de emprego, que é o de auxiliar de necropsia da Polícia Civil, o reeducando já se prepara atualmente para o concurso. “A Ceasa já se tornou minha casa, sempre fui muito bem acolhido e aqui posso ver muitas oportunidades, é muito bom estar aqui”, afirmou o reeducando sobre o papel desse emprego na Ceasa-DF. Mas, Claudio ainda ressaltou emocionado que o principal motivo para sua mudança foi a vivência com sua filha de 11 anos, que passou 3 anos morando com ele.
Similarmente ao caso de Cláudio, temos Breno, também reeducando que este ano começou a fazer Faculdade de Sistema da Informação e vê na Ceasa-DF um ambiente cheio de oportunidades e aprendizados. “Me sinto muito acolhido e tenho a oportunidade de agregar conhecimentos aqui, nunca fui julgado nem nada assim, aqui sou um funcionário como todos os outros”, afirmou Breno sobre como o ambiente da Ceasa-DF foi acolhedor com ele. O jovem de 25 anos contou que sempre teve vontade de fazer faculdade e que com a oportunidade de trabalho agora consegue pagar por seus estudos.
Além de Breno e Cláudio existem outros reeducandos que através do trabalho estão conseguindo mais oportunidades de reinserção social. O presidente da Ceasa-DF, Wilder Santos comentou sobre a importância de acreditar nesse projeto para que exista uma mudança social. “É importante que a Ceasa-DF e os outros órgãos do governo acreditem nesse processo de ressocialização, assim o próprio reeducando irá perceber que tem um papel muito importante na sociedade”, afirmou.
*Nomes fictícios visando preservar a identidade dos entrevistados*
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